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De olho nas ações
por Você SA
Publicada em 12/1/2009

Por RENATA AVEDIANI

Ter um plano de carreira alternativo é uma tarefa difícil, mas imprescindível. Para quem quer uma carreira executiva, um plano B não significa largar tudo para abrir uma pousada. No mundo corporativo, quer dizer agilidade para se recolocar em outra empresa em casos de insatisfação ou demissão. Normalmente, o plano B só é lembrado quando as coisas não vão bem. Pensar alternativas de carreira deve ser um exercício permanente, diz Irene Azevedo, professora de liderança da Brazilian Business School (BBS) e consultora de carreira da consultoria Keseberg and Partner, de São Paulo.
  

 

Um plano B estruturado assegurou uma transição tranqüila para Luis Cláudio Pinto, de 35 anos, gerente nacional de distribuição do departamento de Food Service da Cargill. Sua receita: uma rede de contatos atualizada, lista de empresas onde queria trabalhar e bom relacionamento com colegas e clientes. Quando sentiu que a carreira havia estagnado no emprego anterior, ele passou a fazer sondagens e a enviar currículos. Acabou indicado a um headhunter por um ex-subordinado que elogiou sua capacidade de liderança. Ser um bom líder também faz bem à imagem profissional, diz.

 

Objetivos

 

Na confecção de um plano B, alguns passos são fundamentais. Sem metas não se vai a lugar algum. É preciso ter claras suas motivações e expectativas. Algumas perguntas devem ser feitas: O que eu quero para a carreira?, Quanto tempo preciso?, Que competência desenvolver?. Com essas questões resolvidas fica mais fácil identificar as oportunidades, diz Lorene Carvalho, diretora da assessoria em gestão de recursos humanos da consultoria KPMG.

 

Competências

 

Quando se gosta do que se faz e de onde trabalhamos, a tendência é se acomodar, diz Lorene. Se é o seu caso, lembre-se que para agarrar uma oportunidade é preciso estar preparado. Acompanhar o mercado é importante para se avaliar e criar diferenciais competitivos. Busque cursos dentro e fora da sua área. Desenvolva habilidades em alta, como gestão de conflitos, por exemplo. É importante sempre se propor novos desafios, para ampliar conhecimentos e aumentar a empregabilidade, diz Irene, da BBS.

 

Networking

 

Rodrigo Bussab, de 42 anos, diretor comercial e de marketing da consultoria de recursos humanos Fellipelli, de São Paulo, aprendeu a tirar o máximo do networking. Em 2006, trabalhava em um projeto com os Schürmann, a família de velejadores. Com a proximidade do fi m do projeto, ele montou uma apresentação sobre seus objetivos e habilidades. Depois, listou 50 empresas em que gostaria de trabalhar e o nome de pessoas em cada uma delas. Tirou 100 nomes-chave e foi abordando um a um. Dedicava 25% do dia a isso. Podia ser um encontro durante minha corrida pela manhã ou um happy hour após o expediente, lembra. De indicação em indicação, foi recebido por altos executivos, muitos dos quais nem conhecia. Eu não ia atrás de emprego. Mostrava minha apresentação, pedia opinião sobre meu plano de carreira e deixava minha marca, diz. Quando o projeto acabou, ele já estava empregado.

 

A preocupação de Rodrigo deveria ser a de todos os profissionais. Um erro comum é achar que quantidade de nomes na agenda é sinônimo de efetividade. Além disso, não adianta ter o contato das pessoas e não usa-lo. Mais do que uma troca intensa de cartões, estabeleça laços fortes com pessoas que podem ajudar você a atingir seus objetivos.

Vez ou outra mande e-mail ou ligue e marque encontros para trocar informações.

 

Hora certa

 

Tão importante quanto trabalhar alternativas para a carreira é saber a hora de agir. O risco de perder o tempo certo é perder boas chances e mudar por falta de opção, e não

por escolha, diz Irene. Para isso, observe os sinais de que o ciclo está fechando. Os mais comuns: você sente que não está mais se desenvolvendo, as chances de promoção estão ficando remotas, existe a possibilidade do seu plano na empresa ser rompido por uma fusão ou crise financeira e, principalmente, quando você se imagina mais na sua segunda alternativa do que na atual. A melhor hora de procurar emprego é empregado, porque você tem mais serenidade e liberdade de escolha, diz Lorene Carvalho.

 

Pecados do plano B

 

 

Falhar no planejamento.

 

Não adianta atirar para todos os lados. Planeje com calma seus objetivos e a estratégia para atingi-los.

 

Escolher pessoas erradas para abordar.

 

Seus projetos podem cair nos ouvidos do chefe e seu nome ser veiculado de forma errada.

 

Perder o foco no plano atual.

 

Pôr todas as fichas no plano B pode diminuir o rendimento e causar sua demissão.

 

Errar o alvo.

 

Uma movimentação errada pode atrasar seu desenvolvimento e criar uma imagem de instabilidade.

 

Adiar.

 

Não criar opções para a carreira pode fazer com que seja pego de surpresa e tome decisões erradas.


Artigo fornecido pela revista VOCÊ S/A.
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