O desemprego brasileiro surpreendeu e caiu em março, registrando a menor taxa para esse mês desde o início da série histórica, em 2002. Para o IBGE, o movimento sugere que a inflexão na curva ocorrerá em 2008 mais cedo que em anos anteriores.
A taxa nas seis maiores regiões metropolitanas do país ficou em 8,6 por cento, ante 8,7 por cento em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Analistas previam 9 por cento.
'O resultado surpreendeu ao cair agora. O normal seria subir. Isso mostra um tendência de evolução do mercado de trabalho', disse o economista do IBGE Cimar Pereira.
'Mantido o cenário é bem possível que tenhamos um ponto de inflexão na curva do desemprego que seja antes do esperado. Isso ocorre normalmente, entre maio e junho.'
Pereira ressaltou apenas que o aumento da inflação e dos juros podem impactar o mercado de trabalho no futuro, mas disse que por enquanto a tendência vista em março se mantém.
'A taxa é a mais baixa dos últimos seis anos para um mês de março e já se pode esperar que a taxa de abril também seja a menor da série, desde que algo de errado não venha a ocorrer.'
Segundo Pereira, a queda em março foi uma combinação de queda da desocupação com aumento na ocupação. 'Há um aumento real no mercado de trabalho. A desocupação cai, mas não obrigatoriamente, porque as pessoas deixaram de procurar trabalho. O mercado está absorvendo esse contingente.'
O número de pessoas ocupadas subiu 0,6 por cento mês a mês e 3,5 por cento contra março de 2007, para 21,282 milhões. O total de desocupados caiu 0,8 por cento, para 1,993 milhão de pessoas, e recuou 14,1 por cento na comparação anual.
Em março, o percentual de trabalhadores com carteira assinada (formalidade) alcançou o nível recorde de 51,6 por cento ante 51,5 por cento em fevereiro e 48,1 por cento em março de 2002.
Fonte: Reuters