Artigos
VOCÊ S/A
Colaboradores
Atualidades
Autoconhecimento
Curiosidades
Especiais
Vida Profissional

Parceria
Curriculum.com.br
e VOCÊ S/A


Pesquisar:
Sua carreira está no tempo certo?
por Você SA
Publicada em 24/3/2008

Por Fabiana Corrêa

 

Angustiado para saber se está em tempo para chegar ao sucesso que planejou para a carreira? Olhe em volta. Por dois motivos. Primeiro, você vai perceber que a sensação de angústia em relação à carreira é mais do que comum. Quando fazemos a seleção dos trainees, vejo muita gente chegando aqui com esse sentimento: as empresas e a educação que se recebe hoje contribuem para acentuá-lo, diz Ricardo Khauaj, diretor de recursos humanos do grupo Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos com sede em São Paulo.

   

 

Olhar para os lados, em segundo lugar, também é importante porque dá a você uma idéia melhor se a fase de carreira que está vivendo condiz com sua idade e, mais importante que isso, com as pessoas que estão disputando as mesmas vagas que você. Para saber se você é realmente bom, seu desempenho tem que estar acima da média de quem tem o mesmo papel, diz a professora Betania Tanure, da Fundação Dom Cabral (FDC), de Belo Horizonte.

 

A medida do sucesso não é universal: ela varia em cada carreira, empresa, e, principalmente, de acordo com as definições pessoais de sucesso. Uma pesquisa realizada com 1 714 executivos, feita pela professora Betania em conjunto com o alemão Geert Hofstede, autoridade mundial em influência cultural sobre as organizações, mostrou que a idéia que os executivos brasileiros têm de sucesso é ligada a hierarquia e salários altos. Para os alemães para ter uma noção da diferença sucesso é ser socialmente responsável. Na primeira definição, o fator tempo é o mais importante. Logo, quem está mais para o Brasil do que para a Alemanha e pretende seguir carreira executiva em empresas de renome, tem de se preocupar com o tempo que vem levando para cumprir cada fase da carreira. Mas seu nível de conhecimento tem que estar à altura de seu cargo, ou seu crescimento não é sustentável, diz Sofia Esteves, da DM, empresa de São Paulo especializada em gestão de recursos humanos. Quem escolhe a carreira na área técnica, como um engenheiro naval ou um desenvolvedor de software, não deve estar tão preocupado com o relógio. Terá um caminho mais longo e lento pela frente. Nesse caso, o mais importante é o acúmulo de conhecimento a plenitude profissional demora mais para chegar, diz Denise Barreto, sócia da GNext, empresa de busca de executivos especializada em jovens talentos.

 

Plano de ação

Uma carreira que acontece no tempo certo depende de planejamento. A maioria dos executivos não dedica tempo para estruturar um plano de ação, diz Gilberto Guimarães, da BPI, consultoria francesa em gestão de recursos humanos. O projeto, claro, não é algo imutável. Ele muda quando mudam as aspirações de vida e de carreira, mas serve de referência para saber se está subindo seu valor de mercado. Isso significa ter projetos importantes nas mãos e um salário que condiga com eles. Caso contrário dá a entender que não está em dia com sua ambição, diz Denise, da GNext. Segundo o francês Dominique Clavier, psicanalista do grupo BPI, que entrevistou 300 executivos de empresas e mercados diferentes, 87% dos bem-sucedidos têm esse planejamento em mente na hora de tomar decisões de carreira.

 

O plano deve prever que a velocidade da sua carreira esteja intimamente ligada à velocidade da área, da empresa e do mercado que você escolheu. Dentro de uma companhia, a área comercial é mais rápida, a financeira é mais estável, diz Sofia, da DM. Um bom começo é dar uma olhada no ciclo de produto de cada companhia. Os que demoram mais tempo para sair da fábrica estão ligados a carreiras mais lentas, de maneira geral, pois é necessário passar um tempo maior em cada cargo para entender cada fase de produção. Entram aí mineradoras e montadoras, por exemplo. Empresas da área financeira, algumas de varejo e consultorias de gestão tendem a oferecer carreiras mais ágeis.

 

Tempo é relativo

A advogada Isabela Gerjoi, de 33 anos, na Ambev há cinco anos, experimentou essa velocidade em uma das companhias mais rápidas do mercado. Ela teve quatro promoções no período e hoje é gerente financeira. Nesse meio tempo, fez MBA na universidade corporativa que serve de apoio ao crescimento da Ambev e onde a empresa investiu 18 milhões de reais em 2006. A idéia é justamente agilizar a ascensão profissional rápida.

 

Claro, toda regra tem sua exceção. Empresas que crescem rapidamente, mesmo que sejam de indústrias pesadas, também podem oferecer carreiras ágeis. Guilherme Boog, de 31 anos, gerente de fábrica da área de transformadores industriais da Siemens, entrou como estagiário em 1999, foi escolhido pelo programa de talentos da companhia, ficou dois anos na Alemanha e hoje chefia 100 pessoas. Há um programa de educação como suporte para essa subida rápida, diz Guilherme.

 

Hora de ir

Seja qual for a escolha, é importante ficar atento às responsabilidades, não aos cargos. Uma carreira bem construída tem mais a ver com experiências variadas do que com mudanças rápidas, diz Claudio Garcia, consultor da DBM, empresa mundial de recolocação. Pela média do mercado, os ciclos de carreira o tempo que você passa em um cargo na mesma empresa devem variar entre dois e cinco anos, mas vêm ficando mais curtos. Na década entre 1976 e 1986, a média foi de 3,6 cargos. Entre 1997 e 2006, subiu para 5,8 cargos. Para cumprir os seus ciclos, saiba que têm de ser longos o bastante para que você encerre projetos, mas não tanto a ponto de repetir experiências. Fica mais fácil saber a hora certa de deixar um cargo ou uma empresa quando sua contribuição profissional está abaixo de suas ambições. Ou seja, quando o que a empresa lhe dá está abaixo do que você oferece a ela como profissional. Se a equação estiver desfavorável para o seu lado, não perca tempo. Encerre seus ciclos, conclua as tarefas e mostre ao mercado que cumpriu o trabalho. Mesmo que leve algum tempinho a mais, o resultado é positivo na matemática corporativa.

Linha do tempo.

Não há uma só fórmula, mas aqui estão alguns parâmetros para avaliar sua trajetória

Até os 25 anos
Inglês fluente e experiência em outro país aumentam as chances de começar bem. Alinhe-se com os valores da empresa.
Até os 30 anos
É a hora para cursar um MBA ou investir na formação fora do país. É bom começar a gerenciar projetos nessa fase.
Até os 35 anos
Importante chegar a um cargo de gerência com pessoas sob seu comando. E desenvolver o relacionamento.
Até os 40 anos
Em empresas rápidas, chega-se à diretoria ou alta gerência. Batalhe por um projeto de importância essencial para a empresa.
Depois dos 40 anos
Se não está como o planejado, ainda é tempo de escolher um segundo caminho e começar uma carreira que faça mais sentido.

 


Artigo fornecido pela revista VOCÊ S/A.
Clique aqui e acesse o site.
Quer assinar a VOCÊ S/A? Clique aqui.

Enviar para um amigo

Voltar