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por Você SA
Publicada em 21/1/2008

Por Renata Avediani

 

Abel Reis, vice-presidente da Agência Click: 'As empresas querem experimentar o Second Life'.

 

Em funcionamento há quatro anos, o Second Life, um universo virtual que simula uma outra vida, já tem mais de 7 milhões de participantes no mundo todo. Eles são conhecidos como avatares e na sua segunda vida escolhem uma nova profissão, um outro corpo, o carro, a casa e até o barco que gostariam de ter — sim, no Second Life tudo é possível.

   

 

 Os avatares trabalham, se divertem, namoram e pagam tudo isso com seu próprio dinheiro, o linden dollar. Esse ambiente ainda é incipiente, mas muitas pessoas já perceberam que é bom não ficar de fora. As empresas reais estão de olho no crescimento dos negócios no Second Life e novos empregos e carreiras começaram a surgir. Os profissionais mais procurados são os programadores de computador e os designers. 'Está faltando gente qualificada para dar conta da demanda das empresas que querem se inserir no mundo virtual', diz Ricardo Pomeranz, presidente da Rapp Digital, braço da agência de marketing direto Rapp Collins.A empresa inseriu a Petrobras no Second Life.

 

O Estúdio Cafeína, agência de marketing especializada em Second Life, sentiu na pele a escassez de profissionais que entendem deste assunto. A agência, que incluiu a empresa de aviação TAM e a construtora Tecnisa nesse 'universo paralelo', triplicou o número de funcionário para 30 pessoas em seis meses. Segundo Roberta Alvarenga, diretora da empresa, para desenvolver projetos para o Second Life é importante que haja diversidade cultural entre as pessoas que formam a equipe de criação. Roberta levou ao extremo essa decisão e contratou uma cabeleireira para integrar a turma. Ela vai usar sua experiência para dar um jeito nas madeixas dos avatares. 'Estamos criando um novo mundo', diz Roberta. Outras agências, como a Click e a Rapp Digital, realocaram os seus profissionais com o objetivo de criar equipes exclusivas e desenvolver estratégias de comunicação nesta nova plataforma.

 

Não é só nas agências de marketing que faltam profissionais. Nas grandes empresas que querem ingressar no Second Life também. Os funcionários que antes só se dedicavam às campanhas de marketing no mundo real acumulam agora a tarefa de pensar no virtual também. 'A tendência é que nos próximos meses essas empresas criem equipes internas para administrar esses novos projetos', diz Abel Reis, vice-presidente da Agência Click. O Unibanco já deu o primeiro passo nessa direção. O banco tem um estande no Second Life para dar informações sobre todos os seus produtos financeiros e, no futuro, pretende realizar transações nesse ambiente. 'Com o aumento dos serviços será preciso contratar mais gente, como um analista financeiro que trabalhará no Second Life para dar informações sobre investimentos, por exemplo', diz Marcos Caetano, diretor de comunicação corporativa do banco.

 

Dentro ou fora do ambiente virtual, a tendência é de que o Second Life ainda ofereça inúmeras oportunidades de trabalho. 'Quem quiser entrar nessa precisa ter muita criatividade, ser inovador e ficar antenado para saber os caminhos que a tecnologia está criando', afirma Romero Tori, coordenador do Laboratório de Tecnologias Interativas da USP (Interlab). Se você nunca ouviu falar em Second Life, mas está interessado em ingressar nele, não se desespere. É provável que muitos cursos sejam oferecidos, como os do Senac São Paulo, que lançou cinco programas voltados para preparar pessoas para trabalhar no Second Life. Os alunos e os professores vão criar seus próprios avatares e as aulas serão dadas no ambiente virtual. Os estudantes vão aprender a criar objetos como cadeiras, roupas e carros que serão comercializados lá dentro. 'As carreiras da vida real já começaram a ser transportadas para a virtual', diz Sidney Latorre, gerente de tecnologia da informação do Senac São Paulo.

 

As oportunidades no Second Life

 

Nas idéias

Jornalistas e publicitários que pensam na nova função das empresas no mundo virtual.

No desenho

Designers, arquitetos e engenheiros que dão forma às empresas, pessoas e objetos.

Na programação

Técnicos de computação que dão vida aos projetos desenhados.

 


Artigo fornecido pela revista VOCÊ S/A.
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