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Você está no emprego certo?
por Você SA
Publicada em 7/1/2008

 Por Fabiana Lopes

 

Saber detectar se a empresa onde se passou os últimos anos é de fato um bom lugar para trabalhar é fundamental para o desenvolvimento de uma carreira de sucesso. Mas como identificar o momento em que ela deixa de ser o melhor ambiente para o seu crescimento? Quais são os fatores importantes na hora de decidir por sair ou permanecer no emprego?

  

Para ajudar você nesta reflexão, VOCÊ S/A ouviu especialistas em carreira e formatou, com base no livro Primeiro Quebre Todas as Regras O Que os Maiores Gerentes do Mundo Fazem Diferente (Ed. Campus/Elsevier), um roteiro para que você descubra se tem ou não um emprego em que vale a pena continuar investindo. Responda sim ou não às perguntas, depois veja a importância de refletir a respeito de cada uma delas e confira suas perspectivas no final.

 

1 - A missão da minha empresa faz-me sentir que meu trabalho é importante?

(  ) SIM (  ) NÃO

 

A identificação com as metas da empresa é refletida diretamente em sua produtividade diária e na paixão pela atividade que desempenha. Nutrir um sentimento de orgulho pelo local de trabalho e acreditar nas diretrizes da empresa fazem com que o executivo se sinta parte importante de uma missão. 'Fique preocupado quando você tem vergonha de dizer qual é o seu local de trabalho, pois certamente não se identifica com ele', diz Karin Parodi, da consultoria paulista Career Center. 

 

2 - Sei o que esperam de mim no trabalho?

( ) SIM ( ) NÃO

 

Um dos maiores desafios do mundo corporativo é disseminar uma política consistente de comunicação entre os profissionais. Cultivar a transparência no dia-a-dia é fundamental para evitar conflitos, tornar as atividades mais ágeis e reduzir as possibilidades de erros. Afinal, nada como conhecer exatamente as expectativas da empresa em relação ao seu trabalho para saber como conduzir suas tarefas e, se for o caso, mudar sua estratégia. O principal responsável por passar essas diretrizes com clareza é o seu líder imediato. Sem esse feedback, fica difícil identificar problemas e aproveitar as chances de crescer na empresa. 'Caso essa orientação não ocorra sistematicamente mesmo depois de algumas conversas, avalie se é um problema da sua liderança ou da empresa como um todo', diz Marcia Hasche, consultora da Valor Pessoal, de São Paulo.

 

3 - Meu supervisor, ou alguém mais no trabalho, parece preocupar-se comigo como pessoa?

( ) SIM ( ) NÃO

 

Na sua empresa, você é visto como apenas mais um elemento produtivo ou é considerado por seus líderes um profissional com perspectivas únicas de crescimento? Uma empresa saudável incentiva o respeito e a consideração individual. Ao contrário das organizações que enxergam as equipes como meras executoras de projetos, uma boa empresa sabe inspirar e estimular os funcionários considerando suas características pessoais. 'É inconcebível que a liderança não tenha uma preocupação genuína com a vida e o futuro de seus funcionários', avalia Marcia Hasche.

 

4 - Recebo com freqüência reconhecimento ou elogio por meu bom trabalho?

( ) SIM ( ) NÃO

 

Receber um aumento salarial ou bônus por metas cumpridas pode fazer milagres no ambiente corporativo. Mas nem sempre a remuneração é o item mais importante para que um profissional se sinta valorizado. Afinal, nada como um elogio à performance individual para estimular e reforçar a auto-estima. 'O chefe que não elogia nunca é apenas um chefe, não um líder. Quem não consegue demonstrar como avalia um trabalho não ajuda no crescimento do profissional', diz o consultor Willian Bull, consultor de Human Capital da Mercer Human Resource Consulting, de São Paulo. Ao motivar alguém por meio de um elogio, os líderes concentram-se nas forças, não nas fraquezas dos funcionários. É uma espécie de termômetro: se você não ouve há muito tempo uma palavra de reconhecimento, talvez seja hora de encerrar mais um ciclo profissional.

 

5 - No trabalho, tenho oportunidade de fazer o que faço de melhor todos os dias?

( ) SIM ( ) NÃO

 

Um ponto importante para saber se vale ou não a pena construir a carreira em uma determinada empresa é observar se você consegue aplicar suas principais competências no trabalho diário. Uma empresa que não oferece desafios freqüentes e oportunidades individuais de desenvolvimento age como uma verdadeira âncora na carreira de um executivo prendendo-o a um desempenho aquém de suas potencialidades. Um dos principais sintomas de que um profissional está sendo mal aproveitado é a desmotivação. 'Se você gasta mais tempo que o normal no cafezinho só para reclamar da empresa ou passa a maior parte da semana em atividades que não aproveitam suas melhores características profissionais, está na hora de repensar', acredita Willian Bull.

 

6 - Meus colegas estão comprometidos em fazer um trabalho de qualidade?

( ) SIM ( ) NÃO

 

Nada mais desanimador que trabalhar em um departamento desmotivado e sem compromisso com a missão e as metas da empresa. Um bom ambiente é formado por fatores como confiança nos colegas, trabalho em equipe, aprendizagem e cordialidade. 'Ter colegas preocupados em trabalhar com afinco é sinal de que você está num ambiente de aprendizagem constante', afirma Willian Bull. Mas se você faz parte de uma equipe feijão-com-arroz, com a anuência do líder direto, é preciso avaliar se há, de fato, uma identificação com essa visão corporativa e se você não está se deixando ficar numa zona de conforto perigosa. 

 

7 - Minhas opiniões parecem ser levadas em consideração no trabalho?

( ) SIM ( ) NÃO

 

Um sinal de alerta é quando a sua participação em momentos decisivos é reduzida e suas idéias já não são ouvidas nas reuniões. Se você e sua liderança já não falam a mesma língua e suas opiniões não produzem efeito, é hora de analisar suas convicções pessoais. Se for o caso, cogite procurar um lugar que dê mais espaço às suas idéias. 'Não ser levado em consideração apesar de demonstrar interesse é um sinal de ruptura na sua identificação com o chefe', diz Marcia Hasche.

 

8 - Há alguém no trabalho que incentiva meu desenvolvimento e me estimula intelectualmente?

( ) SIM ( ) NÃO

 

O nível e a qualidade da inspiração que o seu líder é capaz de provocar na equipe e a existência de uma política clara de desenvolvimento profissional são fatores importantes para o avanço de sua carreira. Se a empresa cria sempre novas oportunidades e tem planos de incentivo aos funcionários, é sinal de que se preocupa, de fato, com o desenvolvimento deles. Uma pista para identificar se é preciso investir ou encerrar um ciclo profissional é avaliar se você continua a aprender e se seu chefe estimula a ousadia e a experimentação. 'O ideal é ter o chefe e você trabalhando juntos no seu desenvolvimento', afirma Karin Parodi.

 

9 - Nos últimos seis meses, comentei com alguém sobre meu progresso?

( ) SIM ( ) NÃO

 

O sentimento de aprendizagem constante é um importante motivador da carreira. Quem se sente progredindo cultiva o hábito de dividir os feitos com os colegas -- é uma forma de demonstrar satisfação com o ambiente de trabalho e com o progresso pessoal. Faça uma reflexão: estou esperando o tempo passar aqui ou posso realmente alcançar meus objetivos profissionais?

 

 

RESULTADO:

 

Maioria das respostas SIM:

Para quem descobre que, apesar do desgaste diário, ainda não é hora de fazer as malas, o recomendável é marcar uma conversa com o chefe. O momento exige preparação e é ideal para pedir mais feedback e mostrar o que pode ser melhorado na relação de trabalho. Apresente seus resultados, relembre os avanços que ajudou a implementar e deixe claro o que ainda pode fazer para contribuir com a equipe e a empresa. 'Fundamente a conversa com dados sobre seu desempenho e foque ao máximo nas oportunidades de desenvolvimento', recomenda Karin Parodi. 'Você pode pedir um projeto ou apoio para explorar outras possibilidades internas'.

 

Maioria das respostas NÃO:

Se a maioria das respostas foi negativa, é hora de mudar de emprego. O que não vale é se deixar levar pela insatisfação e cometer um suicídio corporativo. Uma transição bem-feita pode demorar de seis meses a um ano depende do seu nível hierárquico e de seus objetivos profissionais e exige auto-análise para começar. A pior atitude é se deixar dominar pela emoção e pedir demissão sem algo em vista. 'Não dá para chutar o balde. Significa queimar as pontes que você precisará como referência no mercado', diz Karin Parodi.

 


Artigo fornecido pela revista VOCÊ S/A.
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