Para Jim Connor, presidente e CEO da Footjoy, a reavaliação do uso prioritário do tempo tornou-se uma forma de administrar suas energias, mas não apenas isso, ele também encontrou uma maneira de equilibrar melhor sua vida e redescobrir a sensação da paixão. Connor viera a nós dizendo que se sentia amarrado a uma rotina tirânica. 'Calei meus sentimentos para poder lidar com a ferida emocional da vida', explica. |
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'Eu havia esquematizado um comportamento que me ajudava a enfrentar todos os reveses da vida, a tal ponto que não permitia nenhuma oscilação. Eu não sentia a vida, simplesmente a vivia de modo repetitivo.' Connor havia imposto a si mesmo uma regra muito dura: seria a primeira pessoa a chegar ao escritório e a última a sair. Na verdade, ele tinha consciência de que ninguém se oporia ao fato de ele chegar um pouco atrasado à empresa ou de sair um pouco mais cedo em alguns dias da semana. Achou também que era perfeitamente aceitável passar um ou dois dias trabalhando em uma unidade satélite da empresa mais próxima de sua casa, economizando com isso 45 minutos do seu tempo. Era uma maneira de fortalecer o moral daquela unidade e poupar 90 minutos gastos em seu percurso usual.
Logo depois que começou a trabalhar conosco, Connor pediu que desocupassem uma sala da unidade satélite. Ele passa agora pelo menos um dia inteiro da semana lá, o que levou muitos funcionários da empresa a dizerem que ele agora era uma pessoa mais disponível. Connor começou a praticar golfe uma vez por semana no período da manhã, e se sente bem mais relaxado quando pega o carro em direção ao escritório central, já que ele toma outra condução ali depois do rush nos dias em que joga golfe. Além disso, instituiu um passeio mensal com a esposa. À noite, costuma sair mais cedo do escritório para ficar mais tempo coma família.
Connor também estabeleceu um período de reposição de energias durante a semana. 'Como fazem diferença essas pausas para comer uma fruta ou tomar águia', diz ele. 'Eu ponho o despertador para tocar com 90 muitos de antecedência para evitar possíveis recaídas, mas já estou incorporando instintivamente essa rotina em minha vida.
Acho isso uma coisa fabulosa. Sou muito mais produtivo, além do que, meu processo de raciocínio melhorou sensivelmente. Estou me concentrando mais nas coisas importantes do trabalho, e não me perco mais nos detalhes. Paro mais para pensar e tenho saído com mais freqüência.'
Os rituais que estimulam o pensamento positivo aumentam também a possibilidade de se atingir a Condição Ideal de Desempenho. Mais uma vez, nosso trabalho com os melhores atletas ensinou-nos o poder que há na criação de rituais mentais específicos para a preservação da energia positiva. Jack Nicklaus, um dos esportistas que mais atuou sob pressão na história do golfe, parece ter uma compreensão intuitiva tanto da oscilação quanto dos rituais. 'Desenvolvi um sistema que me permite passar de picos de concentração para vales de relaxamento, e assim por diante sempre que necessário', escreveu ele na Golf Digest. 'Minha concentração vai aumentando à medida que caminho em direção à bola e vai se intensificando cada vez mais até que eu finalmente dou a tacada planejada.
Depois, mergulho em um vale enquanto me afasto do ponto da tacada. Às vezes isso acontece em meio a uma conversa informal com um colega rival ou quando deixo que minha mente simplesmente vagueie por onde quiser.'
A visualização é outro ritual que produz energia positiva e dá resultados de desempenho palpáveis. Por exemplo, Earl Woods ensinou seu filho, Tiger, ¾ aparentemente o herdeiro de Nicklaus ¾ a formar uma imagem mental da bola rolando em direção ao buraco antes de cada tacada. O exercício faz mais do que apenas produzir uma vaga sensação de otimismo e de bem-estar. O neurocirurgião Ian Robertson, do Trinity College de Dublin, autor de Mind Sculpture (Escultura Mental), constatou que a visualização pode reprogramar literalmente os circuitos de neurônios da mente, afetando diretamente, e de modo positivo, o desempenho. É difícil imaginar uma ilustração melhor do que o caso da mergulhadora Laura Wilkinson. Seis meses antes das Olimpíadas de verão de Sydney, Wilkinson quebrou três artelhos do pé direito quando treinava. Impossibilitada de entrar na água por causa do gesso, ela passava horas diante do trampolim 'visualizando cada um de seus mergulhos. Restando-lhe apenas alguma semanas para praticar antes das Olimpíadas, ela superou um tremendo obstáculo ao ganhar a medalha de ouro na plataforma de dez metros.