Seu projeto de carreira tem algo a ver com a estrutura de cargos da empresa em que você trabalha? Se a resposta é sim, sinto muito dizer, mas você não tem um plano de carreira adequado para esses imprevisíveis tempos pós-globalização, em que tudo, a começar pelas empresas, muda a cada dia.
Acredito que ao vincular sua ascensão ao organograma da empresa, o profissional passa a viver de olho no cargo acima do seu, o que restringe a visão de suas possibilidades de carreira. Por essa lógica, por exemplo, o vendedor que almeja chegar a diretor comercial trabalhará para ser promovido a |
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supervisor de sua equipe, depois para tornar-se gerente de um setor, em seguida ser nomeado gerente regional e, por fim, conquistar a posição de diretor comercial. Agora, se no meio do caminho houver uma reestruturação nos departamentos da empresa, se ela for incorporada ou adquirida por outra, será que esse plano continuará valendo? E se o profissional for transferido de setor ou mesmo dispensado, será que terá de começar tudo de novo em outro lugar?
Eis o inconveniente de atrelar o plano de carreira à estrutura de cargos da empresa: se muda alguma coisa na empresa, é preciso mudar o plano também. E do jeito que as organizações são obrigadas a adaptar-se às exigências de um mercado cada vez mais competitivo, não é de se estranhar que ela faça mudanças com alguma freqüência – como, aliás, já vem acontecendo.
Por isso é que eu acho que uma carreira não pode ser vista como uma sucessão de cargos, mas sim um processo de desenvolvimento em que a pessoa adquire cada vez mais competências e assume novas responsabilidades. Por essa lógica, o vendedor que começa administrando uma carteira de clientes almejaria administrar as vendas de uma equipe, depois as de um território e por fim as de toda uma empresa. Que produto irá vender, que equipe ou território irá coordenar, até mesmo em que empresa irá trabalhar, tanto faz, pois essa estratégia permite adaptar-se facilmente tanto a mudanças de estrutura como de empresa. Permite inclusive fazer carreira fora das organizações, com autônomo ou empreendedor do próprio negócio.
Hoje, a carreira deve ser considerada como uma trajetória de desenvolvimento pessoal, que independa de onde você estiver. É assim que você vê a sua? Ela é vulnerável às mudanças do mercado ou pode desenvolver-se não importa onde nem como? Se até hoje você não parou para pensar nessas questões, chegou a hora de refletir sobre o rumo que tem seguido. Para isso, faça muitas outras perguntas a si mesma. Questione qual é o seu objetivo, onde está sua motivação, o que faria se fosse dispensada amanhã, se você tem atitude empreendedora, para onde está indo, o que quer, o que está fazendo com você mesma. Costumo dizer que o objetivo de fazer perguntas não é propriamente obter respostas, e sim voltar a atenção para nós mesmos. No seu lugar, eu começaria a me questionar agora mesmo, porque amanhã nunca se sabe o que pode acontecer...
Leila Navarro
Leila Navarro é Palestrante Motivacional e Comportamental no Brasil e no Exterior.
É autora de nove livros, ganhou o prêmio Top of Mind de melhor Palestrante do Ano pelos Fornecedores de RH e disponibiliza conteúdo exclusivo para o autodesenvolvimento profissional e pessoal em seu Portal www.leilanavarro.com.br