As empresas usam diversas ferramentas para manter a motivação de seus colaboradores. Uma das mais criativas é o uso de um concerto com uma orquestra para difundir conceitos como liderança, trabalho em equipe, sinergia e outros.
Esses conceitos são repetidos à exaustão no meio empresarial. Mas na maioria dos casos tornam-se apenas belas e impactantes palavras, à espera de uma boa ocasião para serem usadas. Com a correria e as ações indispensáveis para o cotidiano, fica difícil para ver como esses conceitos se realizam na prática.
Observar o funcionamento de uma orquestra pode ser uma boa saída para compreender melhor essas idéias.
Comparemos: uma orquestra é um coletivo de músicos, todos eles com alto conhecimento técnico, muita experiência e grande valor profissional. Exatamente o que verificamos em uma organização de grande porte. O belo som que uma orquestra produz só é possível após inúmeras sessões de treinamento, ensaios, ajustes e verificação das competências de cada um dos envolvidos – que é também o que ocorre em uma empresa que apresenta resultados positivos. As lições que uma orquestra traz podem ser perfeitamente adaptadas para o dia-a-dia do trabalho.
“Música é arte. Mas também é algo que exige muita, muita disciplina. O bom músico é aquele que consegue aliar esses dois conceitos aparentemente distintos – arte e rigidez. E isso é também o que vemos nas empresas. O bom profissional precisa ter um grande conhecimento técnico e muita disciplina naquilo que faz; mas às vezes também precisa lançar mão do improviso, do talento, de um quê artístico”, diz o maestro Branco Bernardes, da Orquestra de Câmara Paulista (OCP).
Bernardes e a OCP têm realizado concertos para empresas justamente para trabalhar essas questões. As apresentações acontecem de forma personalizada – para adequarem-se às condições da companhia em que ocorrerão – e nela se fala, de forma divertida e didática, desses conceitos como trabalho em equipe, resiliência, liderança e outros.
O regente aponta que o aprendizado nesse tipo de apresentação se faz em duas vias. Assim como os espectadores saem do concerto conhecendo mais o ambiente de uma orquestra, os músicos também verificam um grande ganho nas apresentações: “nós também aprendemos muito nesses encontros. Gerenciar uma orquestra não é uma tarefa fácil, e nesses bate-papos com pessoas do mundo empresarial acabamos aprendendo conceitos diferentes e que se somam ao nosso conhecimento”, garante Branco Bernardes.
Confira um trecho de um concerto empresarial realizado pela OCP no endereço abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=ctip3bJd_oQ
Sobre a Orquestra de Câmara Paulista
A história da Orquestra de Câmara Paulista se inicia no segundo semestre de 1995, quando a partir de convite feito por Aylton Escobar, Branco Bernardes organiza a Orquestra de Cordas da Universidade Livre de Música da Secretaria de Estado da Cultura.
As exigências de aprofundamento e expansão artística propiciaram a inclusão de instrumentos de sopro em 1998. A partir dessa fase, o grupo desvincula-se da Universidade Livre de Música e passa a se chamar Orquestra de Câmara Paulista, tendo como seu primeiro local de ensaios o Teatro São Pedro.
A Orquestra de Câmara Paulista apresentou seus espetáculos em teatros, salas de concertos, centros culturais e espaços alternativos tais como: Centro Cultural Banco do Brasil (Rio de Janeiro e São Paulo); Teatro Municipal de São Paulo e Memorial da América Latina.
Em 2006, a Orquestra lançou o CD Sarau Brazil, um projeto que resgata composições da música brasileira dos séculos XIX e XVIII e nomes como Xisto Bahia, Alberto Nepomuceno e outros. O álbum foi gravado pela Rio 8 e teve patrocínio do Grupo Lacan.
Maestro e diretor artístico da OCP
Branco Bernardes graduou-se Bacharel em Violino pelo Instituto de Artes da Unesp, sob a orientação do violinista Ayrton Pinto. Em 1991, iniciou sua especialização em regência orquestral sob orientação do Maestro Eleazar de Carvalho, de quem foi discípulo durante cinco anos. Foi professor de Música de Câmara na Faculdade Carlos Gomes e de Violino e Viola da Escola Municipal de Música e da Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA), onde também criou e dirigiu o Coro Infantil e a Orquestra Infanto-Juvenil. Apontado pela crítica como Maestro dotado de grande sensibilidade, invenção e energia, possui um repertório amplo, que abrange desde obras-primas da música antiga até os mestres do século XX. Obras inéditas e primeiras audições são freqüentes em seus programas, tais como as óperas Le Devin du Village, de Jean-Jacques Rousseau, e Cavalcanti de Ezra Pound. Idealizou o Festival de Inverno de Ilha Solteira, tendo sido seu Diretor Artístico (2001). Mestrando em Regência de Orquestra sob orientação de Eduardo Ostergreen (Unicamp), atualmente é curador do Mapa Cultural Paulista, da Secretaria de Estado da Cultura.