Grande utopia é querer reunir pessoas trabalhando juntas, sem que elas se agrupem em alguns momentos, fora do contexto global. As chamadas “panelas” do ponto de vista saudável são reuniões de pessoas com sinergia e valores mais próximos, empatia, atração pessoal, afinidades específicas. Isso é inevitável e muito bom dentro de qualquer grupo.
Quero dar algumas dicas que considero significativas para uma panela saudável, uma panela sem tampa:
· Não perder a conexão com o grupo maior ou com as outras possíveis panelas saudáveis. |
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· Os assuntos discutidos, falados e ventilados devem ser sobre a própria panela, ou seja, sem fofocas, só se fala das outras pessoas que não estão na
panela para enaltecê-las.
· A panela fica aberta, sem tampa, para receber qualquer pessoa que nela queira entrar. Isso inclui convites freqüentes sobre os encontros e uma recepção calorosa quando algum membro novo chega ao cabo da panela.
· Fazer parte da panela não significa pular etapas dos processos operacionais na hora de realizar seu trabalho, não significa acobertar erros do colega, superprotegê-lo só porque ele é seu fã ou você é fã dele. Separar o envolvimento emocional nesta hora é uma questão de profissionalismo.
Uma panela saudável pode crescer e envolver todo o grupo maior; é uma questão de tempo. Um líder carismático envolve um grupo do bem, transforma as ações em trabalho produtivo, comunicação e relacionamento benéfico. Mas a porta de entrada deve estar com o alarme ligado. A seleção inicial dentro do perfil de personalidade que garanta uma homogeneidade de valores é o fio da meada.
O empirismo está se sobrepondo ao processo científico na porta de entrada da maioria das empresas. Acompanho o trabalho de profissionais de recursos humanos despreparados, sem instrumentos eficazes para fazer soar o alarme. Encontro pessoas que atiram para todos os lados e porque de vez em quando acertam algum tiro no alvo, iludem-se a respeito de seus talentos na hora da avaliação do candidato que vai fazer parte de um grupo. Diversidade, sim. Pessoas diferentes, que pensam e agem diferentes enriquecem uma equipe. Mas quando há no grupo elementos desintegradores, competitivos destrutivos, fofoqueiros com MBA, mentirosos profissionais, as panelas ficam sujas. Sujeira empurrada para debaixo do tapete faz o grupo adoecer. Panelas não saudáveis minam a produtividade do grupo.
Há tempos atrás, ouvi o depoimento de uma colaboradora que não se sentia encorajada a declarar sua simpatia publicamente para algumas pessoas do grupo porque sentia medo das “represálias”. Então, é assim: se você está do lado dela, você está contra mim (ou contra nós).
Fica insuportável trabalhar num grupo que tem controlador, tem chefe de panela. Ele fica de canto de olho controlando quem fala com quem, entra na sala de quem, ri para quem, faz tchauzinho para quem, almoça com quem. Depois, mistura isso com seu poder de função, seu poder de persuasão, seu poder de intimidação. Monstrinhos corporativos! O antídoto para estes animais peçonhentos? Não conto, não conto, não conto!