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Como uma metamorfose ambulante
por Wellington Moreira
Publicada em 19/6/2006

Quando você tenta dobrar uma caneta esferográfica com muita força, ela parte-se ao meio. O mesmo ocorre com pessoas, pois algumas simplesmente “quebram” quando são obrigadas a modificarem suas atitudes e comportamentos devido à extrema rigidez com a qual orientam suas vidas dia após dia.

 

Por outro lado, há pessoas que lidam com as mudanças de uma forma muito diferente, pois têm a competência de serem resilientes. Mas o que será isto?

 

Resiliência é um conceito oriundo da física que explica a propriedade que alguns materiais possuem de acumularem energia, quando exigidos e estressados, e voltarem ao seu estado original sem qualquer deformação. Isto explica a elasticidade do material utilizado por um atleta no salto com vara e porque o bambu continua de pé mesmo quando árvores com raízes profundas caem após uma tempestade, por exemplo.

  

Transportado para a realidade das organizações, este conceito virou competência – e das mais importantes –, pois elucida a capacidade de uma pessoa absorver altos níveis de mudança apresentando o mínimo de comportamento disfuncional.

 

Em Gerenciando na Velocidade da Mudança, sua obra-prima, o pesquisador Daryl Conner brilhantemente lembra que as pessoas resilientes:

 

·         Readquirem o equilíbrio mais rápido. Mesmo no meio do furacão provocado por bruscas mudanças, estes profissionais conseguem voltar ao seu estado natural sem desespero e aceitam a nova realidade;

 

·         Mantém nível alto de produtividade. Além de alcançarem equilíbrio rapidamente, elas continuam a trabalhar em alta performance, diferentemente dos profissionais que não possuem um alto grau de flexibilidade;

 

·         São mais saudáveis física e emocionalmente. Em outras palavras, não ficam sofrendo cada vez que se deparam com um processo de mudança e não têm uma ansiedade exagerada frente àquilo que é novo.

 

·         Concretizam mais objetivos que as pessoas que recusam a mudança. Em decorrência de sua motivação interna para mudar, os profissionais resilientes estão mais comprometidos com a mudança e procuram observar as oportunidades que novos rumos oferecem.

 

·         Aprendem com as exigências das mudanças e saem mais fortes de cada processo. Por não combaterem as novas regras do jogo com exagero, aprendem muito mais e, ainda, amadurecem para enfrentar situações futuras.

 

Se você percebe que tem grande dificuldade para mudar e que está longe de ser resiliente, lembre-se que é fundamental mudar primeiro as coisas simples e que fazem parte de sua rotina de vida. Que tal visitar uma nova pizzaria ao invés daquela onde você sempre vai? Também aproveite e peça uma pizza de sabor diferente? Ah, volte para casa por um novo trajeto para perceber melhor a vizinhança onde reside.

 

Raul Seixas dizia, “eu prefiro ser esta metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Isto também vale para nós e é uma atitude das pessoas realizadoras, seres que vivem a sua existência adaptando-se àquilo que é novo e que contribui para o alcance de seus objetivos. Novo e melhor.

 


Wellington Moreira é consultor empresarial.
wellington@caputconsultoria.com.br

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