Por que os profissionais faltam em processos seletivos
Publicada em 25/2/2010
Uma pesquisa realizada pela Curriculum, o maior site de empregos do Brasil, revelou os motivos que levam os profissionais a faltarem nos processos seletivos que são convocados.
A situação é comum no Brasil e as empresas mostram-se insatisfeitas com essa atitude por parte do candidato, mas os motivos nunca foram tão claros do porquê isso acontece, já que a porcentagem de desempregados no País não é baixa.
Mais de 35 mil pessoas participaram da pesquisa, sendo mulheres e homens, de 20 a 40 anos, com escolaridade a partir do ensino médio completo, e 64,5% disseram que nunca deixaram de comparecer a um processo seletivo. No entanto, 64,1% conhecem alguém que já tomou essa atitude. A falta de interesse pela vaga foi o motivo que mais justificou a ausência na etapa presencial. Fatores como comparecimento a outra entrevista de emprego, localização da empresa e imprevisto também foram escolhidos como justificativa para a situação.
Quando questionados se a empresa recebeu o aviso do não comparecimento, 51% responderam que não e esses disseram que acharam que a ligação não faria diferença, que não era necessário avisar sobre a ausência e por vergonha.
Sobre a consciência de que faltar em processos seletivos pode prejudicar a recolocação, 75,3% dizem que têm ciência, mas tentam administrar esta perda. Já 15,4% responderam que não, pois faltam em processos que não interessam e 9,3% acreditam que faltar não prejudica a recolocação.
O questionário também envolveu perguntas sobre a avaliação a respeito das entrevistas presenciais nos processos seletivos. A maioria (37,4%) respondeu que são satisfatórias e avaliam bem o perfil do candidato. No entanto, 18,7% acham que elas fazem com que o profissional não se sinta muito à vontade. Desse total, 36,9% já se sentiu humilhado ou desvalorizado em uma entrevista de emprego e a maior queixa foi sobre a falta de retorno da empresa após o processo seletivo. O segundo maior problema que essas pessoas encontraram foi o sentimento de discriminação (de ordem étnica, sexual e socioeconômica).
Marcelo Abrileri, presidente da Curriculum, diz que os resultados da pesquisa mostraram uma falha de comunicação entre candidato e empresa. “Se um profissional não tem interesse pela vaga, é melhor deixar a oportunidade para quem realmente tem vontade de participar do processo seletivo. Se ele confirma presença mesmo sem interesse, isso demonstra falta de comunicação clara com o recrutador”, aponta.
No entanto, segundo o executivo, as empresas também têm culpa em algumas questões. “A falta de feedback sobre a etapa presencial por parte do RH é realmente desapontante e deixa o candidato desmotivado, causando consequências negativas em futuras entrevistas”, comenta Abrileri.