Empresas brasileiras têm alto interesse em contratar
Publicada em 22/9/2009
Os empresários brasileiros têm a expectativa mais positiva em termos de contratação de funcionários para o quarto trimestre de 2009 entre os países das Américas. Em perspectiva mundial, perde somente para a Índia. As informações são resultados da Pesquisa de Expectativa de Emprego (Manpower Employement Outlook Survey - MEOS) desenvolvida pela Manpower, líder no segmento de serviços em Recursos Humanos, que entrevistou mais de 72 mil empregadores e acaba de incluir o Brasil entre os 35 países pesquisados.
De acordo com a pesquisa, que contou com a participação de 984 empregadores brasileiros, o índice que mede a expectativa de emprego encontrado no país foi de 21%. O índice resulta da diferença entre a porcentagem dos entrevistados que prevêem um aumento nas contratações e a porcentagem dos entrevistados que prevêem uma diminuição nas contratações.
Já os empresários colombianos registraram índice de 13%, seguido por Peru 9%, Costa Rica 6%, Canadá 5% e Argentina 3%. As perspectivas de contratações dentre os executivos da Guatemala foram as mais conservadoras da região nesta edição da pesquisa, atingindo 1%. Já os empregadores dos Estados Unidos e o do México apresentaram perspectiva negativa de -3% e -5%, respectivamente.
No Brasil, o setor de serviços, com 33%, é o que apresenta maior Expectativa Líquida de contratação entre os oito setores analisados, enquanto construção civil é o que tem o menor índice de perspectiva de contratação, com apenas 7%. Em segundo lugar estão os empregadores da área de finanças (31%), seguido de transportes e serviços públicos (22%), administração pública (22%), comércio (21%), agricultura, pesca e mineração (20%) e indústria (17%), em penúltimo lugar. Entre as regiões brasileiras pesquisadas, o Estado do Rio de Janeiro, com 25%, é o que aparece com maior índice de confiança, seguido do Estado do Paraná (23%), Estado de São Paulo (21%), Estado de Minas Gerais (20%), e, por último, a cidade de São Paulo, com 17%.
“Durante o período de crise econômica, o governo brasileiro conseguiu acumular reservas por conta de uma política focada na responsabilidade fiscal e em medidas anticíclicas, o que deu subsídios para que o Brasil conquistasse uma posição de destaque no mercado de trabalho latino-americano e mundial”, avalia o diretor comercial da Manpower Brasil, Pedro Guimarães, destacando ações como da queda da taxa Selic nos últimos meses, além da concessão de isenções fiscais para a indústria automotiva, eletrodomésticos (linha branca), materiais de construção e bens de capital (máquinas e equipamentos para produção), medidas que contribuíram para o aumento da demanda por trabalhadores.
No balanço geral, 17 dos 35 países pesquisados acreditam em aumento no mercado de trabalho enquanto 15 deles prevêem um quadro de queda nas contratações. Os países de melhor expectativa dentre todos eles são predominantemente de economia em desenvolvimento como Índia, Brasil, Colômbia, Peru, China, Cingapura, Costa Rica, Taiwan e Polônia. Os únicos desenvolvidos que figuram neste grupo são Austrália e Canadá. As expectativas mais negativas dentre todas vieram de Romênia, Espanha, Irlanda, Japão e México.
O Brasil aparece, desta forma, descolado da maioria dos países pesquisados, só perdendo para a Índia que, com 34%, tem o maior índice entre todos os países. Em análise global, o quarto trimestre de 2009 irá continuar a ser um desafio para contratação em todo o mundo, ainda que a expectativa em expandir o número de funcionários tenha melhorado de três meses para cá em dois terços dos países e territórios pesquisados. O quadro sugere, ao menos, uma estabilidade no cenário com a menor intenção de corte de vagas desde o segundo semestre de 2008.
Nos países da Ásia e Oceania, o destaque fica por conta da Índia (34%). A China, com 11%, voltou a apresentar perspectiva bem mais positiva que o último trimestre, quando registrou índice de 2%. Cingapura (14%) e Taiwan (17%) também seguem tendência de alta. Dos oito países da região inclusos na pesquisa somente o Japão apresenta índice negativo (-4%).
Dentre os 18 países analisados pela Pesquisa da Manpower na região da Europa, Oriente Médio e África, as expectativas permanecem negativas. Apenas a Bélgica e Holanda anunciaram mudança de expectativa negativa para positiva nas contratações. As maiores expectativas na região são registradas na Polônia (5%) e Suécia (3%), e menores na Espanha (-11%), Romênia (-11%) e Irlanda (-10%).
Ainda nesse contexto, a elaboração de estratégias e políticas de retenção de talentos com a retomada do crescimento econômico será fundamental para garantir competitividade entre as empresas. “Quando os empregadores não encontram funcionários no perfil desejado disponíveis no mercado, vão buscar imediatamente em seus concorrentes. Sem uma ação de retenção de talentos sólida, a companhia pode perder um colaborador-chave para o sucesso dos negócios. A tendência é que as corporações retomem os investimentos em capital humano com a melhora da economia”, analisa o diretor comercial da Manpower Brasil.
Expectativa Líquida de Emprego
A Expectativa Líquida de Emprego resulta da diferença entre a porcentagem dos entrevistados que prevêem um aumento nas contratações e a porcentagem dos entrevistados que prevêem uma diminuição quanto à expectativa de crescimento da empregabilidade no mercado de trabalho para o próximo trimestre. No caso do Brasil, foram verificados os seguintes percentuais: 30% acreditam em crescimento, 9% em queda. A expectativa líquida dos empregadores brasileiros é, portanto, 21%.
O estudo da Manpower foi realizado por meio de entrevistas com 72.038 gerentes e diretores de Recursos Humanos em 35 países durante o terceiro trimestre de 2009, com o objetivo de relatar as expectativas de contratação para os próximos três meses. O levantamento está sendo aplicado há mais de 45 anos e a partir desta edição terá o Brasil como um dos países permanentemente pesquisados sobre as expectativas do empresariado para os quatro trimestres de cada ano.
Participaram da pesquisa, empregadores das seguintes regiões:
- 55%: Américas (Argentina, Brasil, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Guatemala, México, Peru);
- 23%: Ásia e Oceania (Austrália, China, Hong Kong, Índia, Japão, Nova Zelândia, Cingapura, Taiwan);
- 22%: Europa, Oriente Médio e África (África do Sul, Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Noruega, Polônia, Reino Unido, República Tcheca, Romênia, Suécia e Suíça).